O Projeto CHÃO teve a feliz oportunidade de desenvolver uma parceria com a Pós-Graduação em Audiodescrição para as Indústrias Criativas do ISCAP, onde desenvolvemos uma apresentação para pessoas com e sem deficiência visual.
A experiência contou com a participação dos alunos da Pós-graduação, que realizaram uma audiodescrição aberta e ao vivo para o público presente na apresentação.
A oportunidade foi muito enriquecedora para o desenvolvimento do projeto, pois pudemos experienciar e testar até o limite algumas das propostas que procuramos desenvolver com o trabalho.
sENTIDOS
O Projeto CHÃO tem, como um de seus objetivos principais, propor experienciar o malabarismo a partir de diferentes perspectivas, como é o caso do uso do som dos objetos. Buscamos criar momentos onde o público é levado a utilizar de sentidos que não a visão para interpretar o que acontece no palco, como por exemplo, utilizando de recursos como o blackout (palco a negro) para criar um ambiente onde a audição seja a principal ou primeira forma de experimentação.
Nesse sentido, a oportunidade de apresentar para pessoas com deficiência visual foi muito interessante e desafiadora. É interessante observar que o nosso objetivo de “criar identidades visuais diversas as comumente originadas pelo malabarismo” é uma realidade inerente às pessoas com algum tipo de deficiência visual, que pelo fato de não poderem acompanhar o espetáculo pela visão, o experienciam de maneira mais imaginada e singular.
Por outro lado, também foi interessante observar que CHÃO, ao propor originar caminhos cênicos não pautados em demonstrações técnicas, com especial destaque para a criação de sonoridades específicas, gerou um ambiente mais propício para o público cego experienciar o malabarismo e para o processo de audiodescrição do espetáculo.
Levamos da experiência um desejo de seguir desenvolvendo processos artísticos mais inclusivos e integrados aos múltiplos sentidos que utilizamos para perceber o mundo e, em consequência, os processos artísticos.






