O projeto CHÃO esteve em residência artística em Vila do Conde entre os dias 27 de março e 01 de abril. Buscámos, nesses seis dias, dar início ao processo de investigação das possíveis formas de relacionamento entre as bolas de malabarismo e o solo, dando atenção especial para as potencialidades imagéticas de composição com os objetos no chão.
Explorando as possibilidades imagéticas das bolas no solo
Neste projeto, assumimos as bolas de malabarismo não apenas como ítens a serem manipulados, mas como objetos cênicos que permitem a composição de imagens e de significados. Partindo desse princípio, o trabalho em residência baseou-se na exploração de formas variadas de levar os objetos ao chão e na investigação de formas de manipulação e de composição com as bolas no solo, através da criação de diversificados padrões imagéticos e visualidades, como figuras, formas, linhas e outros meios de interação e de ambientação do espaço.
Durante a residência, procuramos investigar de que formas a criação de padrões visuais com as bolas no chão poderiam estimular distintas dinâmicas de interação com os objetos e de movimentação no espaço cênico. Essa criação de padrões visuais e dinâmicas de interação aconteceu tanto de maneira concreta, no sentido de criar imagens, figuras, desenhos, formas geométricas e diversificadas propostas visuais, como de maneira abstrata, na produção de diferentes sentidos e propostas dramatúrgicas, onde as bolas e sua composição no espaço puderam assumir diferentes significados (caminhos, barreiras, etc), criando diferentes ambientes e sentidos e possibilitando diversificadas formas de interação com e entre os performers.
A construção de múltiplos estados cênicos
O desenvolvimento do projeto Chão parte do pressuposto que a geração de múltiplas propostas visuais com as bolas no solo, acompanhadas de uma produção de diversificados sentidos e ambientações, permitem a construção de múltiplos estados cênicos e dinâmicas de interação entre os performers.
Durante a realização da residência, procuramos investigar de que formas o ato de levar as bolas ao chão, e sua consequente geração de imagens e figuras, poderiam gerar diversificadas dinâmicas de relacionamento entre os performers e entre estes e os objetos. Esta proposta de investigação mostrou-se muito frutífera e conseguimos, no decorrer dos seis dias de pesquisa, levantar e trabalhar com diversas dinâmicas com as quais acreditamos ser possível dar continuidade ao processo de criação do trabalho. Algumas dessas propostas podem ser observadas no vídeo a seguir.
Ao final da residência, temos a confiança que nossa motivação em realizar o projeto é passível de ser realizada: de que é possível, ao trazer centralidade para a exploração do chão no processo criativo, trabalhar com um conceito que estimule diversificados caminhos de relação com os objetos e que produza imagens e identidades visuais diversas as comummente relacionadas ao malabarismo.